Muitas pessoas julgam as outras, em relação a ser ou não ser humilde, sem ao menos saber o que é verdadeiramente humildade. Algumas, inclusive, de humildes nada têm, mas mesmo assim insistem em rotular os outros. Infelizmente, isso faz parte da natureza humana. Entretanto, trazendo para a nossa realidade e incluindo o tema no nosso dia-dia, podemos identificar uma série de fatores que interferem positiva e negativamente.É de extrema importância alertar a todos sobre esta questão, afinal, ser humilde vai muito além de simplesmente tratar a todos de igual para igual. Isto, na verdade, é mais uma questão de educação do que de humildade, mas tem muita gente que resume o significado da palavra para isso e acaba também resumindo a sua significância.

Como insisto em meus discursos por aí afora, o profissional ideal de hoje é definido por um conjunto de características que fazem dele um ser próximo da perfeição. Sabemos que ninguém é perfeito, entretanto há sim um modelo ideal e o mais prudente é ir em busca de uma maior proximidade desta “perfeição”. E um dos requisitos mais almejados e requeridos pelas empresas é a capacidade de relacionamento interpessoal. Sabe o que é isso? Trata-se da capacidade de o indivíduo se relacionar produtivamente com os demais colaboradores de uma empresa, propiciando um clima organizacional (tema da próxima semana, não perca) favorável para o bom andamento da empresa. Isso pode ser através da cordialidade uns com os outros, respeito às regras da empresa e da boa convivência, adequação às personalidades distintas e bom entendimento das diversidades que permeiam o ser humano.

Humildade: se você tem, bom; se não tem, desenvolva.

> Olhe a sua volta e reflita sobre quais pessoas você julga melhor ou piores que você e depois veja o que pode extrair delas e ceder a elas, referentes a conhecimentos ou ajudas;

> Entenda que coisas maravilhosas podem ser feitas de pessoas que você pode prejulgar ínfimas. Aliás, entenda que ninguém é insignificante;

> Aprenda a compartilhar conhecimentos, você se sentirá melhor;

> Não tenha orgulho de ser humilde, porque o orgulho cega qualquer um.

Voltando à humildade, uma das características básicas do relacionamento interpessoal é, justamente, a prudência na sua utilização em demasia ou, então, o seu desuso. Como dizem, nenhum extremo é bom. Para mais ou para menos, nem a humildade deve ser utilizada assim. Por isso, convido a todos a fazer uma reflexão. Você é humilde? Sua humildade se dá com todos à sua volta, ou só com quem lhe convém? Para responder tal pergunta, eis a definição da palavra: humildade – vem do latim húmus que significa filhos da terra e, segundo Michaellis, quer dizer virtude com que manifestamos o sentimento de nossa fraqueza, modéstia. Ou seja, demonstrar uma fraqueza e admitir que não é dotado de todo conhecimento e que pode, sim, ser útil para os outros, assim como os outros podem ser útil para si. É a qualidade de não tentar se projetar sobre os outros e respeitar o espaço, as competências e as particularidades de cada um.

Julgar alguém sobre suas qualidades ou tratar alguém diferente por causa de alguma peculiaridade que ela tenha já é um ato de falta de humildade, diria até discriminatório. Acreditar que você é melhor que alguém e agir baseado nessas crenças é algo de extrema soberba. E o pior, além de você conquistar uma legião de desafetos por causa da sua forma deselegante de ver e tratar o mundo, você deixa de se desenvolver. É verdade… siga meu raciocínio. Se eu me julgo uma pessoa melhor que as outras e acredito piamente que elas nada têm a me acrescentar, logo não terei nada delas, realmente. Ao contrário, se eu entender que não sou melhor que ninguém, estarei aberto a todo e qualquer ensinamento e/ou benefício que os outros puderem me dedicar. Não é muito melhor?

É sabível por todos que o conhecimento é infinito e é uma ignorância acreditar que já se sabe o suficiente ao ponto de não aceitar qualquer coisa que seja de pessoas que se julga pior de alguma forma. E digo mais, humildade é algo que vem do berço, ou seja, da criação que sua família lhe concedeu. Entretanto, há formas de readequar isso, para aqueles que são desprovidos dela. Isso se dá através de um trabalho intenso de autoconhecimento e entendimento dos propósitos humanos e (no caso dos profissionais) de conhecimento do propósito de cada um dentro de uma organização. Se há pessoas lá que desempenham papéis diferentes do seu, significa que há pessoas com conhecimentos diferentes. E por que não aprender algo diferente? Pessoas com menos estudos, por exemplo, podem ter habilidades ímpares que você, com todos os seus MBAs, não têm. Aprenda a enxergar o propósito de todos e descubra que você pode ensinar e aprender muita coisa ainda.

Publicado em 16/06/2009 | Bernt Entschev – coluna@debernt.com.br

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Você é humilde?
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